Vestibular da Universidade da Bahia cobrou dos candidatos a interpretação do seguinte trecho de poema de Camões:
"Amor é fogo que arde sem se ver,
é ferida que dói e não se sente,
é um contentamento descontente,
dor que desatina sem doer".
Uma vestibulanda de 16 anos deu a sua interpretação:
"Ah! Camões, se vivesses hoje em dia,
tomavas uns antipiréticos,
uns quantos analgésicose
Prozac para a depressão.
Compravas um computador,
consultavas a internete
descobririas que essas dores que sentias,
esses calores que te abrasavam,
essas mudanças de humor repentinas,
esses desatinos sem nexo,
não eram feridas de amor,
mas somente falta de sexo!"
Ganhou nota dez. Foi a primeira vez que, ao longo de mais de 500 anos, alguém desconfiou que o problema de Camões era falta de mulher...
9 comentários:
Algo muito sério (mas nem por isso menos divertido) se passou nesta noite de domingo.
(e olha que eu tava aqui passeando exatamente no momento que vc. postou!)
E?????? Que coisa mais séria????
Novo mistério...
Anne, fiquei fã da vestibulanda. Pela interpretação e pela coragem.
Anne,
Eu já havia recebido esse e mail,e como vc, fiquei maravilhada com a jovem de 16 anos.
Indiscutivelmente,embora a verve da moça esteja mais pra Gregório de Mattos, o talento (guardadas as devidas proporçoes)está tb lá pelos lados de Camões, ó Pá...
Sim Amanda e Lú... É de alunos assim que precisamos nos cursos de graduação. Pessoas que sabem ler e se expressarem e que trazem um conhecimento de fundo que os permite fazer uma resposta dessas... :-)
Vcs conhecem o poema todo? Acho que vou postar o poema... É lindo...
Não gostei do insulto ao maior ícone da Literatura Lusófona...
Bem ou mal, Camões é o Shakespeare da Língua Portuguesa... Aliás, bem menos perverso e depravado do que o inglês, eu acho...
Insulto?
Porque?
Quando é exatamente assim que hoje se interpretam os sentimentos de amor e romance. Antes se podia morrer de amor, hoje as pilulas "maravilhosas" definem os males de amor como doença perigosa e em extinção. A perda da poesia é o mal do século. Sorte que ainda sobrevivem milhares de poetas e seus amantes blogando por aqui.
Anne, também não sei. Mas quando coloquei meu comentário acima estava com a mesma idéia do Flavio ao comentar, no seu post anterior, sobre o amor platônico.
...e agora?! Você vai me chamar de Maria de Lourdes Tarora?
Não Udi... hahahaha
Na realidade, não canso de me surpreender com as leituras que as pessoas fazem do que dizemos...
Domingo de noite? Simmmm... Depois eu é que sou a bruxa??!! :-)
Acho que tô ficando é um pouco lerdinha... :-)
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