terça-feira, 28 de abril de 2009

Quem me dera...

Hoje recebi este poema de um amigo e quis compartilhar com você...




Quem me dera que eu fosse o pó da estrada
E que os pés dos pobres me estivessem pisando...

Quem me dera que eu fosse os rios que correm
E que as lavadeiras estivessem à minha beira...

Quem me dera que eu fosse os choupos à margem do rio
E tivesse só o céu por cima e a água por baixo…

Quem me dera que eu fosse o burro do moleiro
E que ele me batesse e me estimasse...

Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena…

Alberto Caeiro

10 comentários:

A.Tapadinhas disse...

Eu vou fazer três tentativas para adivinhar qual foi o amigo que te mandou o poema: Ricardo Reis,
Álvaro Campos ou talvez o Fernando, que é uma excelente pessoa.
:)
Beijo do Lopes (heterónimo).
:)

Unknown disse...

Querida amiga,
quis partilhar com os seus leitores, e fez muito bem.
É um poema profundo escrito por alguém sensivel e que ama a vida!

Beijinhos,
Ana Martins

Alfredo Rangel disse...

Anne, quem te enviou esta maravilhosa poesia é, com certeza, um grande amigo teu. Teve um enorme bom gosto ao escolher uma poesia tão linda, que fala diretamente a tantos de nós. O Tapadinhas é quem foi feliz em seu comentário. E digo-te que é tão bom poder compartilhar com você e com seus seguidores poesia tão linda. Parabéns a você por nos trazer esta maravilha e a ele que te presenteou com ela.
Beijo.

Anne M. Moor disse...

António: Não foi nenhum desses não :-) Mas foi um amigo muito especial, também poeta e de um bom gosto impecável...

Beijo poético :-)

Anne M. Moor disse...

Ana,
Que bom que vieste a minha casa pra compartilhar comigo dessa poesia linda.

Beijo

Anne M. Moor disse...

Rangel :-)
Um amigo muito especial que sabe das coisas. Obrigada pelos parabéns e certamente ele agradece tbm.
Beijo também poético :-)

Márcia disse...

Teu amigo com certeza é uma Pessoa especial!!!bjs Márcia

Anne M. Moor disse...

É Márcia é sim. Tua ías adorar ele.

beijos

Ava disse...

"Antes isso que ser o que atravessa a vida
Olhando para trás de si e tendo pena…"

Anne, ao ler esse final, te juro que senti arrepios...
Nada pior que olhar pra trás e sentir pena... pena do que não viveu...

Ainda hoje editei um texto/poema meu, o título para vc em primeira mão...

"O Banquete".

Devo postá-lo amanha... falta só uns "trato"...rsrsrs

Fala justamente disso... De viver!
De não deixar a vida passar em branco...

E ao chegar aqui e me deparar com seu post, me emocionei muito... Sentimentos a flor da pele!

Beijos e carinhos!

Anne M. Moor disse...

Avassaladora,
Alberto Caeiro, Ricardo Reis, Álvaro Campos e nosso querido Fernando Pessoa juntos de maneira colaborativa nos encantam e emocionam sempre... Este poema nos diz muito...

Cuida dos sentimentos se não levantam vôo rsrsrs

Beijo