segunda-feira, 7 de maio de 2007

Histórias da sala de aula (3)

British or American?
Desde sempre a dicotomia no ensino de inglês no Brasil tem sido entre inglês britânico e inglês americano, discussão inútil e ridícula! Hoje os diversos ‘ingleses’ do mundo são tantos que essa discussão ficou no vácuo.

Na Faculdade em que eu lecionava inglês, éramos professores com sotaques tanto britânicos quanto americanos e os alunos ganhavam com a diversidade, mas não sem críticas é claro. Certa vez, ao voltar de dois anos de estudos de mestrado, assumi uma turma de Língua Inglesa IV. No primeiro dia de aula, entrei e me apresentei em português, afinal era o primeiro dia e eu era nova no pedaço para esses alunos. Em seguida, pedi que os alunos se apresentassem e me dissessem quais eram suas expectativas com o semestre, comigo e com a disciplina. Começaram. Com exceção de uma aluna, os outros não me conheciam.

Chegou a vez de um aluno e ele se apresentou e falou sobre suas expectativas e terminou com a seguinte frase:
— Odeio sotaque britânico!
A menina que me conhecia queria se enfiar em baixo da cadeira. E eu, macaca velha, olhei pra ele com um sorriso e disse em inglês britânico (o meu):
— I AM so sorry! But you are going to have to put up with my British accent for a whole term.
Tadinho… Fiquei com pena de tê-lo decepcionado!!!!!

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Hoje tenho um imenso orgulho desse aluno, o Rafael, que, diga-se de passagem se recuperou brilhantemente do fora que deu, e construiu uma identidade de professor e pesquisador muito interessante. Rafael foi o meu aluno, meu assistente de pesquisa, meu colega, é meu grande amigo e quinta feira tive o prazer e o orgulho de sentar numa mesa redonda em um seminário junto com ele, para discorrermos sobre Língua Estrangeira: Formação, Ensino e Aprendizagem.

Aliás, tive o prazer de dividir a mesa redonda com dois ex-alunos – Rafael e Isabella – uma doutora em Letras da área de francês e o outro doutorando em Informática na Educação com um enfoque no ensino e aprendizagem a distância de LE (inglês).

© Anne Marie Moor 2007

4 comentários:

Rafael disse...

Imagina o tamanho do meu prazer em ser integrante da mesa mesmo depois dessa "gafe" homérica!!!! :D

Thanks, Anne! Por tudo! Bjos!

Flavio Ferrari disse...

Caro Rafael, a gafe não estava na crítica, mas no fato de que os britânicos não tem sotaque...

Ernesto Dias Jr. disse...

O que me lembra da velha piada do australiano que chegou aos Estados Unidos -- primeira visita -- e alugou um carro.
Desacostumado com a mão direita das ruas (os australianos, como os ingleses, andam do lado ERRADO da rua), o homem meteu-se em uma avenida de grande movimento na contra mão.
Um guarda o pára:
--You come here to die?
Ao que o australiano respondeu:
-- No, I come here yesterday!

Anônimo disse...

Jorge Lemos disse:
Quanta felicidade em ter alunos ao lado. Muito Bom!