segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Cordeona


De onde me vem, Cordeona, o formigueiro
Que sinto n`alma, ao te escutar floreando,
E essa vontade de morrer peleando?
Será que um dia eu já não fui gaiteiro???

De onde me vem esse tropel no pulso,
E esse calor de fogo que incendeia?
Por que será que fico assim, convulso,
E só de ouvir-te o sangue corcoveia???

É o atavismo, eu sei, Cordeona amiga,
Sem que tu digas, sem que ninguém o diga,
Parceira guasca que nos apaixonas.

E, se mil vidas Deus me desse um dia,
Uma por uma delas, eu as daria,
Pra ter mil funerais de mil Cordeonas!!!

by Jayme Caetano Braun

5 comentários:

Jorge Lemos disse...

"Aqui mi pongo a cantar
al compaz de viguela"
somente asi mi consuela
esta forma de amar!

Anne M. Moor disse...

Jorge, sempre o mestre que lê a alma das pessoas...

vittorio disse...

Revivi as noites Porto Alegrenses onde a música raiz dos pampas, com sua poesia marcante, embalada pela nostálgica cordeona, levava distante minha alma.
As lágrimas vertiam os mais profundos sentimentos, despertos pelo som plangente a emoldurar a sonoridade da poesia, casticismo da alma gaucha.
Ouvi como a muito não ouvia o Guri, e fiquei envolto pela gaita de oito baixos.

Grato pelo belo poema

abraços

Anne M. Moor disse...

Vittorio: tem uns poemas umas músicas gauchos muito lindos mesmo. Achei esta num livro de poesia aqui na casa de minha filha e achei muito lindo.

Pakous disse...

Hola Anne, he paseado por tu blog y te felicito, me cuesta entender plenamente todas las palabras, pero el contexto global me llena de emociones y me gusta. Un saludo.