sábado, 13 de outubro de 2007

Rainer Maria Rilke


A Gazela
Gazella Dorcas

Mágico ser: onde encontrar quem colha
duas palavras numa rima igual
a essa que pulsa em ti como um sinal?
De tua fronte se erguem lira e folha

e tudo o que és se move em similar
canto de amor cujas palavras, quais
pétalas, vão caindo sobre o olhar
de quem fechou os olhos, sem ler mais,

para te ver: no alerta dos sentidos,
em cada perna os saltos reprimidos
sem disparar, enquanto só a fronte

a prumo, prestes, pára: assim, na fonte,
a banhista que um frêmito assustasse:
a chispa de água no voltear da face.

(Tradução:
Augusto de Campos)

2 comentários:

Anne M. Moor disse...

Este post foi inspirado no post do Walmir lá no O Centauro... A poesia do Rilke é sublime!

zuleica-poesia disse...

Obrigada por mais esta linda poesia. Um abraço.