Nesta casa passei os dez primeiros anos de minha vida em todas as férias e muitos finais de semana. Casa do meu avô paterno que amava o lugar e ensinou-nos este prazer. Fica a mais ou menos 30 kms de Punta Del Este, perto de Piriápolis e a uma hora de Montevidéu. Quem comprou derrubou todos os eucaliptos da frente da casa. Fica no ar o perfume delas. Caturritas, hóspedes fiéis das árvores infernizavam nossas vidas, mas faziam parte do contexto. Havia, além delas, cachorros, muitos cachorros que seguiam meu avô por toda parte... e vagalumes, tantas luzinhas a piscar e nos encantar. Ai as noites estreladas em que corríamos pelo jardim caçando vagalumes em nossas mãos. A luz piscava nas conchas feitas pelas mãos. Minha irmã e eu, meus primos, amigos... Soltos, corríamos pelo balneário. Outros tempos.
Do meu avô herdei a paixão pela música. Ele tinha um piano enorme de cauda, preta que brilhava e que ele tocava divinamente. Nós, as crianças, sentávamos no chão absortas na melodia que ora vinha do piano, ora da vitrola. Outra minha paixão que também herdei dele, foi a leitura. No andar de cima, entre quartos e banheiros havia um corredor de toda a largura da casa com prateleiras de livros que podíamos ler quando queríamos. Literatura, biografias, poemas, ficção, aventura... Muitos desses livros, hoje, estão em minha casa. Memórias nas histórias, nos poema, nas palavras e letras que se misturam ao cheiro de livros velhos e muito manuseados. Cheiros de minha infância.
© Anne M. Moor
Do meu avô herdei a paixão pela música. Ele tinha um piano enorme de cauda, preta que brilhava e que ele tocava divinamente. Nós, as crianças, sentávamos no chão absortas na melodia que ora vinha do piano, ora da vitrola. Outra minha paixão que também herdei dele, foi a leitura. No andar de cima, entre quartos e banheiros havia um corredor de toda a largura da casa com prateleiras de livros que podíamos ler quando queríamos. Literatura, biografias, poemas, ficção, aventura... Muitos desses livros, hoje, estão em minha casa. Memórias nas histórias, nos poema, nas palavras e letras que se misturam ao cheiro de livros velhos e muito manuseados. Cheiros de minha infância.
© Anne M. Moor
A foto em preto e brano era os fundos da casa onde caçávamos vagalumes :-)
13 comentários:
Não sei de que palavra gosto mais: vagalume, ou a palavra que nós usamos preferencialmente, pirilampo.
Sabes que o acasalamento entre os pirilumes (inventei agora:) se dá de acordo com as preferências das tonalidades de luz irradiadas?
Para um pintor que, em princípio, gosta de todas as cores, não imagino o que aconteceria...
Beijo colorido.
António
António
Estou sentada aqui as gargalhadas e não vou te responder pq acho que devo me comportar rsrsrsrsrsrs
Beijos irradiados (novo)
Anne
Anne,
legal conhecer um pouco da sua história. E que lugar bacana para passar a infância, nega!
Minha Querida
Tu herdaste duas fortunas: a paixãp pelos livros e o gosto pela música, por isso descreves tão bem este "postal" da tua infância onde os vagalumes (aqui, pirilampos) tem um sabor de campo, de infância feliz.
Um beijo e um bom fim de semana.
Graça
rm
Essa foto tirei há uns 3 anos quando, depois de muitos anos voltei para olhar a casa. Me deu uma dó vê-la sem a vestimenta dos eucaliptos. Vivi muitos momentos felizes ali... É um balneário lindo sim. Quieto...
Beijos
Anne
Graça
Reconheço que tenho muitas 'heranças' fantásticas que fazem parte de quem sou hoje...
Infância feliz sim...
Beijos
Anne
Com os pirilumes, os dois amigos distantes vão povoando de brilhos a escuridão de nossos corações.
Tons e sons, movimentos da vida nas luzes irradiadas dos pirilumes.
beijos
Vittorio
Gostastes dos pirilumes? :-)
Beijos
Anne
Que linda infância, Anne! Também tenho saudade da minha...!
Bj, Tê!
Olá Tê!
É tão bom relembrar coisas da infância...
Beijos
Anne
Anne
A busca das luzes (dos pirilampos)
já era inicio do seu caminho em
irradiar a fraterna luz da inteligência.
Curioso: semana anterior iniciei série de crônicas "Visita a Casa Paterna" como sinal da busca minhas raízes. Você faz o mesmo.
Beijão do
Lemos
Anne:
Mando um recado, pelo seu blog, ao Amigo Tapadinhas:
Luzes dos Vagalumes são sinais de buscas ao amor. A cor do amor é a paixão do artista.
A Anne busca, pela sensibilidade,
dar sinais plenos do seu amor a vida. Suas pintura e textos idem.
Lemos
Jorge querido
Buscar minhas raízes e especialmente entendê-las e entender quem sou hoje, tem sido um passeio gostoso e saudoso!!
Beijão
Anne
Postar um comentário