O comentário da Tetê no post anterior me fez pensar... Talvez o poema 'Casulo' explique um pouco o meu escrever. Faz um ano e meio que o escrevi, um dos primeiros sonetos que escrevi - me escrevi...
Durante anos um casulo abrigou-me
escondida no seu interior confortável...
Protegida do mundo e de mim mesma,
que chorava internamente perdas e culpas!
As âncoras abriram seus braços,
sairam do ninho procurando seu vôo,
raízes bem fincadas, dando apoio.
Levaram meu capulho...
Liberta, bati as asas e saí ao mundo.
Abri portas e comportas pra deixar entrar a vida.
Vi-me em movimento na busca do meu norte.
Reconheci-me mulher novamente,
Soltei-me das amarras e abri os braços...
Perdoei-me nem sei do quê! Vivo!
© Anne M. Moor – 31/01/2008
Imagem: “Casulo” – catedral.weblog.com.pt
Durante anos um casulo abrigou-me
escondida no seu interior confortável...
Protegida do mundo e de mim mesma,
que chorava internamente perdas e culpas!
As âncoras abriram seus braços,
sairam do ninho procurando seu vôo,
raízes bem fincadas, dando apoio.
Levaram meu capulho...
Liberta, bati as asas e saí ao mundo.
Abri portas e comportas pra deixar entrar a vida.
Vi-me em movimento na busca do meu norte.
Reconheci-me mulher novamente,
Soltei-me das amarras e abri os braços...
Perdoei-me nem sei do quê! Vivo!
© Anne M. Moor – 31/01/2008
Imagem: “Casulo” – catedral.weblog.com.pt
17 comentários:
Deve tá num vôo bem profundo, pra relembrar quando saiu..Que bom.
Aceite um café, depois da farta janta..
Voar sempre é bom Carla! Bom te ver por aqui e obrigada pelo café... :-)
Nem toda a gente tem a noção exacta do momento em que houve um ponto de viragem nas suas vidas.
Algumas vezes, é um processo lento e gradual que pode levar anos...
Até à libertação da borboleta...
Beijo.
António
Exatamente 15 anos António... Com o vôo das 'âncoras' (=filhos) (re)acordei!
Eu tenho, cada vez mais, a mais absoluta certeza que as coisas acontecem quando tem que acontecer...
Beijos vivos :-)
"...Perdoei-me nem sei do quê! Vivo!"
Dá pra não ser sua fã?
Seu melhor!
Lindo.
bjs
Ei Anne,
do seu "escrever" ainda não sei se é representativo. Mas, certamente, da vida de muitas mulheres da sua geração e de outras, mais jovens ou anteriores...
E os versos são muito bonitos.
Suzana,
You're my friend! :-) É, este é um que tbm gosto muito...
Obrigada querida!
Beijos
rm
A minha geração foi criada um poço (ou vários) de culpas idiotas, mas pegaram feito chiclete. Pode até se dizer que fui bem criada rsrsrsrs Mas, ao me pensar e me reconstruir eu descobri que eram idiotas sim e as fui descartando uma a uma e:
'Perdoei-me nem sei do quê! Vivo!'
Beijos e obrigada pelo que disseste aqui e lá no teu blog... :-)
Anne, esse poema parece que foi feito para mim!!!
", bati as asas e saí ao mundo.
Abri portas e comportas pra deixar entrar a vida.
Vi-me em movimento na busca do meu norte."
Essa sou eu...rsrsrs
Parabéns!
Que belo poema!
Que bela escrita de vc!!!
Perdoar-se ... tem coisa melhor do que isso ?
Todos temos asas!!!
Porém nem todos arriscam o voo...
Beijos...
Anne
Nada como se expor. Se oferecer. Pra receber o que vier. Pra receber o que nem se espera mais. Pra ser envolvida, sentir novos prazeres, nova vida. É oxig~enio que entra naquele quarto abafado. Arrisque-se...exponha-se...desafie...atreva...
Vc sabe que compensa.
Beijo
Avassaladora,
Obrigada amiga!
Beijos
Flávio,
Talvez não... E muitas vezes tão difícil...
Beijos
A.S.
Uma grande verdade... Usar as asas nem sempre temos coragem. Mas deveríamos ter...
Abraços
Rangel,
Aquilo que a gente não esperava mais sempre tem um gostinho mais saboroso né não?
Beijo grande
Obrigada C. Eu sou uma pessoa um tanto objetiva na minha subjetividade... Direta talvez...
Beijos e que bom que vc gostou...
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